segunda-feira, 11 de outubro de 2010

...::: PRECE DE AÇÃO DE GRAÇAS

Agradecemos-te, Senhor,
Pela glória de viver,
Pela honra de amar!
Muito obrigado, Senhor, pelo que me deste, pelo que me dás!
Muito obrigado pelo pão, pelo ar, pela paz!
Muito obrigado pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza!
Olhos que fitam o ar, a terra e o mar,
Que acompanham a ave fagueira que corre ligeira pelo Céu de anil
E se detém na terra verde salpicada de flores em tonalidades mil!
Muito obrigado, Senhor, porque eu posso ver o meu amor!
Diante da minha visão, pelos cegos eu formulo uma oração:
Eu sei que depois dessa lida, na outra vida eles também enxergarão!
Obrigado pelos ouvidos meus, que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro,
A melodia do vento nos ramos do salgueiro,
As lágrimas que choram os olhos do mundo inteiro.
Diante da minha capacidade de ouvir, pelos surdos eu te quero pedir:
Eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também ouvirão!
Muito obrigado, Senhor, pela minha voz!
Mas também pela voz que canta, que ensina, que alfabetiza.
Que canta uma canção e teu nome profere com sentida emoção!
Diante da minha melodia quero te rogar pelos que sofrem de afazia,
Pelos que não cantam de noite e não falam de dia.
Eu sei que depois dessa dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!
Muito obrigado pelas minhas mãos.
Mas também pelas mãos que oram, que semeiam, que agasalham.
Mãos de amor, mãos de caridade, de solidariedade.
Mãos que apertam mãos.
Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias... Mãos que acalentam a velhice, a dor, o desamor.
Mãos que acolhem ao seio o corpo do filho alheio, sem receio.
Pelos meus pés que me levam a andar sem reclamar:
Muito obrigado, Senhor, porque eu posso bailar!
Olho para a Terra e vejo, amputados, marcados, desesperados, paralisados...
Eu sei que depois dessa expiação, na outra encarnação, eles também bailarão!
Muito obrigado, Senhor, pelo meu lar! É tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma mansão, um grabato de dor, um bangalô, seja lá o que for!
O importante é que dentro dele exista o amor!
O amor de pai, de mãe, de marido, de esposa, de filho, de irmão...
De alguém que lhe estenda a mão, mesmo que seja o amor de um cão,
Pois é tão triste viver na solidão!
Mas se eu não tiver ninguém para amar, um teto para me acolher, uma cama para me deitar:
Mesmo assim não reclamarei nem blasfemarei! Simplesmente direi:
Obrigado, Senhor, porque nasci, obrigado porque creio em Ti!
Pelo Teu amor, obrigado, Senhor!
Muito Obrigado...

Divaldo Franco
Pelo Espírito Amélia Rodrigues


...::: LIVRE ESCOLHA POR LIVRE VONTADE

Quantas vezes nos encontramos diante da encruzilhada de uma difícil escolha na vida? Inúmeras, é verdade! E quantas vezes queremos fugir dessas escolhas, principalmente, por medo das consequências? Umas tantas, também é verdade!
Esse medo nos assoma porque, em geral, esquecemos de recorrer à orientação dos nossos protetores espirituais; esquecemos de confiar plenamente nas palavras de Jesus, quando afirmou: “Vinde a mim todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:28-30); esquecemos de que o Deus de Amor, Pai Amoroso de todos nós, não desampara nunca nenhum de Seus filhos.
Porém, o nosso íntimo nos lembra que toda escolha tem um resultado, seja ele bom ou não. Trazemos na nossa bagagem de inúmeras reencarnações conquistas pessoais que nos alertam para esses resultados em que podemos, mais tarde, colher frutos doces ou amargos das escolhas acertadas ou equivocadas que fazemos agora. Já sabemos que podemos plantar o que bem entendermos, mas imperativo é que nos lembremos também que devemos colher os frutos do nosso plantio.
Muito embora tenhamos nem que seja uma leve intuição do que seja melhor numa escolha, às vezes, o que se nos apresenta como o mais acertado não é exatamente o que queremos naquele momento e, daí, instala-se o conflito. Podemos até recorrer a outras pessoas, pedindo opiniões e conselhos, na esperança de que alguém facilite ou escolha por nós e nos livremos do peso que nos aflige. E, mais uma vez, esquecemos. Esquecemos de que os outros não são responsáveis por colher os nossos frutos; esquecemos que, doces ou amargos, devemos estar preparados para colhê-los nós mesmos. Neste ponto, identificamos outro medo: o de assumir a responsabilidade se o resultado, sob o nosso ponto de vista, não nos for favorável.
O nosso livre arbítrio é o fator determinante das nossas ações. Segundo os dicionários, a palavra “arbítrio” significa “determinação dependente apenas da vontade”. Portanto, podemos escolher livremente, baseados nas vontades que imperam no nosso ser. Mas, em sendo livres para escolher de acordo com a nossa vontade, devemos avaliar quais são os valores morais que já detemos e que nortearão essas escolhas. Nossa vontade revela o nosso nível evolutivo, senão para os outros, pelo menos para nós mesmos. Em que nível moral nos encontramos? O que nós já carregamos de aprendizado que poderá nos ajudar a escolher o melhor?
Cada oportunidade de escolha é também ocasião de aprendizado, de crescimento interior, de responsabilidade individual e coletiva, perante a Humanidade. E os resultados advindos são compatíveis com as nossas necessidades de aperfeiçoamento íntimo, proporcionando-nos, pela eternidade afora, possibilidades de escolhas cada vez mais acertadas, sempre condizentes com o nosso momento evolutivo.
Ao refletir sobre o que escolher, podemos nos servir da orientação de trânsito nas estradas que diz: “na dúvida, não ultrapasse”. Analisemos com calma e serenidade as condições que temos ao nosso dispor e de que forma as escolhas que necessitamos fazer vão atingir nossa vida e a do nosso semelhante. Acima de tudo, recorramos e confiemos na assistência dos bons Espíritos e no amparo prometido por nosso Excelso Irmão.

Rosemary Araujo – 19/05/2010 – 13h30

...:::ACONTECEU!

Nada mais taxativo do que saber-se que algo aconteceu e não se pode mais voltar atrás. Seja porque se constata um erro e suas consequências já se fazem sentir, seja porque se quer prolongar um momento de felicidade ou alegria e bem-estar, e este já se foi.
Quando o inolvidável Chico Xavier disse magistralmente que embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim, deixou-nos uma verdade incontestável: somos donos do nosso próprio destino! É o nosso livre arbítrio que nos faz senhores de nossas escolhas na vida e são essas escolhas que nos encaminham a destinos que podem ser cada vez melhores, onde não haverá necessidade de lamentarmos o que já aconteceu.
Se nos depararmos com situações desastrosas, advindas da nossa imprevidência, recomecemos, a fim de fazermos um novo fim. Corrijamos os nossos enganos do passado, lembrando de nunca dar asas à culpa! Não, não registremos nossos equívocos com culpa, pois, no passado, quando erramos, era aquilo que ainda tínhamos a oferecer aos outros e a nós mesmos. Será que hoje, diante da mesma situação, agiríamos como agimos antes? Certamente que não. Hoje já somos detentores de um conhecimento antes ignorado. Se hoje temos este conhecimento é porque tivemos que experimentá-lo naquele momento em que cometemos o engano. Hoje não! Hoje podemos modificar o desfecho dos acontecimentos e, ao constatarmos novamente que já aconteceu, o resultado poderá ser bem mais agradável, se nos empenharmos em melhorá-lo.
Porém, se, ao reverso, o que encontramos são situações de lamento por algo maravilhoso que nos tenha acontecido, também podemos daí tirar lições de aprendizado sublime, constatando que, afinal, já somos capazes de feitos, senão gloriosos, pelo menos, satisfatórios, que nos concedem um certo refrigério nas lutas diárias. Mas nada de lamúrias, lamentos ou tristezas pelo que já aconteceu e não voltará mais.
Nas variadas leituras sobre a vida de Chico Xavier, certa vez, deparei-me com a narrativa de que ele teria pedido aos Espíritos que lhe trouxessem uma mensagem de Maria de Nazaré que o orientasse. Ao retornarem, em atendimento à solicitação do Chico, os Espíritos teriam trazido a frase: “Isso também passará!”. Chico meditou sobre ela e, a partir desse momento, teria a mensagem sempre às suas vistas, a lembrar-lhe sempre da fugacidade dos acontecimentos, sejam eles tristes ou alegres, mansos ou ferozes, nossos ou alheios...
Diante dos fatos transcorridos, em vez de lembrarmos do antigo personagem da TV, que a tudo resolvia com o seu “e zé fini, tá na boca do Brasir”, façamos como o compositor, perguntemo-nos “e agora, José?”, o que podemos fazer para nos garantir um final mais feliz?

Rosemary Araujo – 02/05/2010 – 11h